Esperamos que seja verdade


Relacionamento

Depois de encontros e desencontros, o secretário estadual de Segurança, Eliéser Monteiro, um general de Brigada, se rendeu ao diálogo com a imprensa. Acostumado a ser escudar na trincheira de sua patente militar, seu discurso agora é um bom relacionamento com a mídia.
Enquanto general, concedeu vários diplomas a jornalistas “amigos do Exército”, que nada mais é uma forma de manter sempre na rédea repórteres em que eles escolhem para confiar.
Confiar significa que a partir do diploma, esse jornalista estará enfraquecido para fazer matérias de denúncias ou de críticas ao Exército. Alguns passam a ser fontes de mão-dupla, ou seja, recebem informações privilegiadas e passam para os militares informações de interesses deles.
Mas aceita quem quer. Não é obrigado a receber a honraria. Mas sempre o ego fala mais forte, pois esses diplomas são pendurados na parede de casa com orgulho do “reconhecimento de sua profissão”.

‘Mídia training’

Aproveitando o aniversário de cinco anos da Polícia Civil concursada (eles chamam de institucionalizada), o secretário Eliéser Girão Monteiro anunciou que será promovido um curso de “mídia training” chamado “Relacionamento com a Mídia”.
O nome em inglês é bonito, então espera-se que realmente jornalistas não mais sejam vistos como intrusos e que os profissionais de imprensa possam exercer sua profissão sem atropelar o trabalho da polícia e prejudicar suas investigações.
E que o secretário - que chegou com mentalidade de general, a ponto de indagar a jornalistas que o “incomodavam” com o seguinte questionamento “Eu te conheço?” - possa realmente se relacionar bem com a opinião pública.
Na verdade, ele queria perguntar: “Você tem diploma de amigo do Exército para ser da minha confiança?”.


Sem nomes

A propósito, o “mídia training” será hoje no auditório da API (Academia de Polícia Integrada), das 08h30 às 17h30. Mas atenção: o evento é destinado apenas a delegados, peritos, escrivães chefes de cartório e agentes de polícia chefes de operações
Não foi informado quem vai ministrar o curso, se um assessor do governo, se um assessor do Exército ou um profissional que realmente entenda os meandros da redação de um jornal, as especificidades do trabalho da polícia e principalmente a importância do papel dos veículos de comunicação na manutenção do bem informar e da democracia.

Lembrando...


Não podemos esquecer que o general Monteiro voltou para Roraima porque encontrou “afinidades” com este Estado. Depois de ser transferido daqui por receber no Quartel General do Exército arrozeiros que desafiavam o poder de Brasília e atiravam molotov na Polícia Federal, ele refletiu que “ama” esta terra.
A afinidade começou com os amigos que fez aqui, o concurso que a filha passou aqui e o emprego que a esposa tinha aqui, como assessora de uma primeira-dama daqui.

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