COLUNA KANAIMÉ




A ENTREVISTA

 

Merece uma análise mais acurada a entrevista  concedida pelo coordenador político do Governo do Estado, o ex-governador Neudo Campos (PP), esta semana, sobre o procurador-geral de Contas, Paulo Sérgio Oliveira de Sousa, em resposta ao pedido de afastamento da secretária estadual de Educação, Selma Mulinari, e do diretor do Departamento de Convênios daquela pasta, Carlos Alberto Araújo. Neudo não mediu palavras para classificar esse pedido como “ridículo” e “sem consistência”.



VENDEDOR DE CARNE




É grave, muito grave mesmo, gravíssima a denúncia que Neudo Campos fez contra o procurador de Contas. Disse que Paulo Sérgio mandou recado tentando se aproximar do Governo do Estado com a finalidade de vender carne para a merenda escolar da rede estadual de ensino. Disse mais: chamou o órgão fiscalizador de “MPC empresarial” e o chefe daquele órgão de “procurador empresário da carne”.



AGÊNCIA DE VIAGENS



Os ataques não pararam por aí. Neudo afirmou que o MPC só está bancando viagens para o exterior, à custa do erário. Como ele não deu detalhes, este blog caiu em campo para colher mais detalhes sobre essa outra denúncia que não deixa de ser menos grave. Nos dias 06 e 07 de maio passado, a coluna Parabólica, da Folha, divulgou notas sobre as viagens feitas pelos procuradores de Conta.




 

ROTEIROS


Conforme a coluna, em levantamento feito a partir do Diário Oficial do Estado, somente de janeiro de 2013 a março de 2014, foram 36 viagens feitas apenas pelo procurador Paulo Sérgio Oliveira de Sousa. Ele esteve nas capitais de dez estados brasileiros (PB, GO, AL, AM, DF, SP, RJ, MA, CE e ES) e dois estados norte-americanos (Miami e Washignton-DC).

O roteiro campeão foi Brasília (18 viagens), seguido por São Paulo (4), João Pessoa (3) e Manaus (2). À época, as diárias já passavam de R$2 mil e houve mês em que a autoridade ficou 13 dias seguidos fora do Estado. As viagens continuaram ao longo dos demais meses do ano passado e seguem também este ano.



VALORES



Tantas viagens pagas pelo MPC roraimense podem ser analisadas a partir dos contratos de prestação de serviços de agenciamento de viagens. Conforme a Parabólica, no ano de 2013, o contrato com a Monte Roraima Turismo foi de R$ 980.113,59 mil. No ano de 2014, o contrato com a Mrtur Monte Roraima Turismo repetiu o valor exato: R$ 980.113,59. Os contratos estão no Diário Oficial de 28.03.13, página 23, e no Diário do 27.05.14, na página 17.



INVESTIGAÇÃO


Com base nesses dados, então é fácil constatar que, nesta briga, as palavras de Neudo Campos precisam ser ouvidas para que os órgãos fiscalizadores que ainda são sérios nesse Estado tomem iniciativa de investigar. Não queremos autoridades vendendo carne para o governo nem viajando às custas do erário. Assim como queremos seriedade na contratação de empresas para reformar escolas públicas, também queremos um Ministério Público de Contas passado a limpo.







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