Além do surto


O que a Prefeitura de Boa Vista vem fazendo nos últimos meses, em um surto de realizações, é o exemplo de que, quando os políticos querem trabalhar, podem resolver os problemas mais urgentes da população. Mas, como sabemos, as eleições municipais se aproximam, por isso, neste sentido, é necessário mostrar trabalho para conquistar o eleitor.

O trânsito é um desafio constante e a instalação de meia dúzia de semáforos torna-se apenas uma pequena ação para o que realmente é necessário pensar em planejamento futuro. Mais necessário que resolver antigos problemas, como a questão da sinalização, apontar soluções para o caos que se desenha é essencial.

Sinalizar, tapar buracos, fiscalizar, multar e orientar são apenas parte do processo. Precisamos de visão de futuro para melhorar o transporte urbano, melhor a engenharia de trânsito, realizar obras que garantam que os carros não tenham mais prioridades que o ser humano ou do que uma bicicleta. É necessário pensar em rotas que nos livre de congestionamentos futuros, por exemplo.

Também é essencial pensar em quem vai ser o futuro, tornando-se essencial investir pesado na educação infantil. Reformar e ampliar as chamadas Casas Mãe, como está sendo feito, atende a uma parcela da demanda de mães que precisam deixar seus filhos aos cuidados de uma educação infantil de qualidade enquanto trabalham. Mas não é só isso.

O investimento na criança é a solução para outros problemas sociais, como crimes sexuais, deliquência e, por conseguinte, a violência urbana. Crianças bem tratadas hoje representarão adultos que não irão engrossar as estatísticas da violência e que estarão aptos a contribuir com o desenvolvimento desta terra.

A saúde pública é outra demanda que ficou relegada ao descaso por anos. É necessário mais, muito mais, para proporcionar atendimento básico a fim de ajudar a desafogar os setores de urgência e emergência dos hospitais, além de atuar na prevenção para evitar que as pessoas adoeçam.

Enfim, Boa Vista necessita bem mais do que ações imediatas que estão sendo feitas agora para reparar erros do passado ou falta de investimento histórica em setores essenciais. É necessária uma política de governo que resolva os problemas mais urgentes, porém, que visualize o futuro e desenvolva ações efetivas não apenas para consertar erros, mas preveni-los.

Não podemos mais permitir que os governos e governantes, de uma forma geral, deixem para agir somente às vésperas de eleição. É necessário que a sociedade perceba que ela pode e deve ser o fiscal, cobrando que os políticos sejam funcionários públicos integrais, e não apenas executores em tempo de campanha eleitoral.

P.S.: Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista 

*Jornalista

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