A escória

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A pressão midiática de uma impressa a serviço de interesses escusos e das redes sociais, que deram vozes a quem no máximo falava grosso em mesa de bar, tem provocado um sentimento de inferioridade em quem defende o meio ambiente, minorias e temas afins, inclusive nas universidades. Esses não querem considerar que há espaço para todas as ideias, inclusive para quem defende os direitos dos animais e os que dizem que planta também tem alma e sentimento.

Não há nada de errado em quem faz críticas ao capitalismo, pois o Brasil até agora só experimentou o capitalismo corrupto, onde a política de governos se mete na iniciativa privada para também intervir por meio da corrupção. Nem os que defendem direitos humanos, meio ambiente e questão indígena são seres inferiores (agora virou jargão chamar os críticos sociais de “comunistas”).

Por um momento conturbado em que o mundo está passando, surgirem as vozes dos reacionários que passaram a se achar donos da verdade, da razão e da intelectualidade.  Não é só o Brasil que passa por esse momento crítico, pois vejamos os europeus, que na Primeira Guerra Mundial eram hostilizados e massacrados por migrarem para outros países, mas hoje hostilizam e massacram quem foge de conflitos e guerras, a exemplo da Síria. O oprimido virou opressor.

Se houvesse a encarnação de Hitler, ele conseguiria fácil aceitação nos países que enxergam nos imigrantes fugindo da miséria, dos conflitos e das guerras uma escória, um atraso, um intruso e um peso a suas vidas, ameaça a seus empregos e a suas economias. Por sua vez, no Brasil, os defensores de uma sociedade mais justa estão sendo tachados de “comunistas”, “inferiores”, “idiotas” ou algo desse tipo.

Como a oposição de hoje, que antes era a direita no poder, está perdida e não sabe ser e fazer oposição, a grande mídia do Sul e Sudeste assumiu esse papel de oposição. Logo, todos esses discursos de massacrar “comunistas” são estendidos àqueles que mantêm seu pensamento e postura de defender seus ideais, ainda que utópicos, em favor de uma sociedade mais justa.

Ficou fácil manter um discurso de ódio porque os detratores e arvoradores da “verdade” estão cheios de massificação na mídia que assumiu o papel de oposição no país em que a direita não sabe ser oposição. Nem mesmo esse governo que aí está, o do PT, representa os que acreditam em uma sociedade melhor.

Mas, com certeza, não é esse capitalismo corrupto que vai mudar o Brasil nem dar melhores condições aos pobres. O fato é que o povo está entre a cruz e a espada. Independente de qualquer coisa, os defensores de um mundo melhor não são esses seres “inferiores”, “tapados” e “comunistas”. O discurso desse setor da sociedade é essencial para não deixar o fascismo se apoderar do mundo, como vem ocorrendo de forma veemente na Europa com os imigrantes.

P.S.: Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista 

*Jornalista

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