E a verdade surge...


O antigo golpe do enquadramento de ex-servidores do Território Federal de Roraima foi desmontado com o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU). Esse parecer foi bem claro ao definir o que todos já desconfiavam: não será possível enquadrar na União aqueles que não mantêm mais qualquer vínculo com prefeituras e o próprio Governo do Estado. 

No meio dos que realmente podiam ter direito ao enquadramento estava muita gente esperando um “trem da alegria”, que incluía uma montanha de gente que acreditava que, por ter um recibo ou um contracheque datado da criação do Estado, em 1988, qualquer poderia fazer parte dos quadros do Governo Federal.

Esse parecer já era esperado, mas as pessoas não acreditavam que isso pudesse ocorrer porque as constantes mentiras que vinham sendo pregadas por políticos se tornaram uma forma de ganhar votos de milhares de pessoas, a cada pleito, e isso desde o início da década de 90. E muitos votaram acreditando que poderiam mesmo se tornar servidores da União.

Da mesma forma que os políticos costumam usar paranoias como discursos para desviar a atenção das pessoas incautas, a promessa de enquadramento alimentou o sonho de muita gente que achava que poderia pegar esse trem, sem concurso, sem critério ou tendo passado alguns meses ou alguns dias recebendo dos cofres públicos quando aqui ainda era Território Federal.

Nesse bolo existem os que realmente comprovaram vínculo, apresentaram documentos, contratos e prestaram serviços ao Estado em um período quando sequer existia concurso público ou ensino superior para formar mão de obra e um quadro efetivo. Esses, sim, mereceriam ter seu trabalho pioneiro, de desbravador, reconhecido. Mas nem isso ocorreu, pois a politacalha não permitiu.

Sem entrar no mérito da legalidade, o enquadramento na União foi transformado em máquina de ganhar votos, com intermináveis reuniões em anos eleitorais, repetidas mentiras a qualquer momento ou renovadas promessas a cada discurso ou entrevistas. Até golpistas sem mandato político aparecerem cobrando taxa para pagar advogado, para reunir documentos, para viagem a Brasília e outras mentiras mais. 

Enfim, mais uma vez o Estado de Roraima foi envolvido em um golpe político ao bom estilo do engodo. E com direito a uma farta dose de picuinha política, pois aquilo que não favorece aos mandas-chuvas, eles suprimem, derrotam, enterram. Mais uma lição para o povo roraimense aprender a não cair mais na lábia e nas trapaças de políticos espertalhões.

P.S. Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista

*Jornalista

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