A tática do pânico


colunadolam.blogspot.com


As redes sociais e o WhatsApp têm servido para a disseminação das mais diversas mentiras e alarmismos com o claro objetivo de levar as pessoas a agirem por impulso e emoção, principalmente quando se trata do momento político atual, eliminando a criticidade e a reflexão.

Retrocedendo um pouco no tempo, antes da popularização da internet e do celular, em Roraima as pessoas eram incitadas a acreditar em mentiras propagadas principalmente por meio do rádio e via correntes por e-mail. A suposta internacionalização da Amazônia, a partir das terras indígenas, era o engodo que mais alienava as pessoas.

O tempo passou, a questão indígena foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a verdade veio à tona. Todo o alarido e o alarmismo feito pelos políticos tinham um único objetivo: despertar a insegurança e o medo nas pessoas como forma de as manterem manipuláveis.

Como venho repetindo há anos neste mesmo espaço, o desconhecimento provoca insegurança e medo. Com a pregação da “paranoia da internacionalização”, as pessoas temiam que um grande mal vindo do Norte, principalmente dos Estados Unidos, e acreditavam que apenas esses políticos supostamente nacionalistas, que pregavam o pânico, seriam a solução para impedir uma invasão ou garantir que Roraima e a Amazônia continuassem sendo do Brasil.

Até hoje ainda tem gente sequelada propensa a acreditar nessas paranoias que vez por outra ressurgem, principalmente porque moramos em área de fronteira. Na semana passada, surgiu até a informação de que caças venezuelanos estariam sobrevoando Boa Vista. Mas era só ver as imagens para logo notar que não se tratava de Boa Vista, pois aqui não temos sequer meia dúzia de prédios de andar. Tudo não passava de engodo (mais um) para provocar pânico nas pessoas.

Desinformadas e golpeadas em suas reflexões, as pessoas ficam suscetíveis a qualquer tipo de manipulação, principalmente por meio do pânico, do alarmismo. É a mesma tática que está sendo usada em nível nacional para deixar as pessoas fáceis de serem conduzidas por meio de “efeito boiada”, propensas a acreditarem em qualquer mentira ou mensagens alarmistas.

O Brasil precisa de reflexão e inteligência das pessoas. Precisa de união para superar a crise, e não de incendiários que pregam o ódio e a divisão. É por isso que os cidadãos conscientes não podem se deixar levar por essa mesma tática que já foi utilizada em Roraima, não faz muito tempo. O pânico só interessa à politicalha que sempre mandou e desmandou no Brasil.

P.S.: Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista

*Jornalista


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Damurida com Xibé

Deputado federal na mira da Operação Arcanjo

Filha de magistrado é servidora do governo, mas mora em Goiânia