Batalha perdida


Imagem: Google/Divulgação

A barulhenta batalha de taxistas contra o avanço do Uber (aplicativo para dispositivos móveis que coloca os usuários em contato direto com os automóveis de passageiros com condutor) é uma das últimas fronteiras do passado com o futuro que já chegou, sem volta. Não há como os taxistas vencerem essa queda de braço. A tecnologia é inevitável.

Ou os taxistas sem reinventam, ou vão ficar marcados na história como os últimos resistentes à modernidade. Reinventar-se significa aderir à tecnologia, agir como profissionais antenados com o bom tratamento ao cliente, do se vestir à garantia de que ali, no banco de trás, está um cliente que pode nunca mais voltar, se ele for mal atendido.

Mas, o que muito se vê por aí são taxistas que agem como se fossem um bando quando se trata de defender um corporativismo burro, apoiando incondicionalmente até os colegas que estão errados, muitos destratando o cliente e o enrolando em um trajeto mais longo.

Tempos desse, em São Paulo, peguei um taxista para ir do Centro até Congonhas. De imediato, ele sugeriu que combinássemos um preço fixo, para não rodar no taxímetro. Obviamente que eu percebi a esperteza, ainda mais porque insisti que minha opção era o taxímetro, mas o taxista insistia em combinar um valor.

Na realidade local, não há como enganar desta forma um cliente que mora aqui, mas o atendimento deixa muito a desejar, a exemplo de ar-condicionado desligado, carro mal cuidado, taxista fumando enquanto dirige ou nem um pouco de simpatia, como se estivesse ali no sacrifício. Não estou falando de lotação, hein!

Mas já peguei taxi dentro de um padrão impecável, da limpeza do veículo ao uso da maquinha para passar o cartão, além do trato na forma de o taxista conversar e até mesmo de discutir um assunto com o cliente. Mas estes continuam sendo exceções, pois, no geral, há uma resistência ao novo, à tecnologia, ao uso do WhatsApp  ou de qualquer forma tecnológica que facilite o contato com o cliente, a não ser aquele barulho do chiado do rádio comunicador que incomoda do início ao fim.

Então, nesse vácuo foi que entrou o Uber nas grandes capitais, provocando a ira de toda uma categoria que está sendo devorada pela modernidade, mas que não quer admitir. Fatalmente, essa forma como existe, hoje, o serviço de taxi, terá que ser reinventada, pois a modernidade é um decreto sem revogação de políticos.

E isso serve para as demais categorias de profissionais de todos os setores. Ou aderem à tecnologia, por mais simples que for, ou irão ficar que nem taxistas brigando contra algo impossível de ser combatido: a modernidade. Né, professores?

P.S.: Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista

Acesse: www.roraimadefato.com/main

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