Escravos, planos e piranhas


Quando os africanos eram trazidos para o Novo Mundo, a fim de que trabalhassem como escravos, seus novos senhores tomavam a primeira providência: rebatizá-los e impedi-los de fazer qualquer manifestação de sua cultura ou prática de costumes tradicionais.

Essa atitude tinha a finalidade de apagar o passado desses escravos para que apagassem da memória que um dia foram livres e passassem a pensar e a agir como escravos, com obediência inquestionável a seus donos. Tudo que lembrasse sua antiga cultura não apenas era combatido, como punido severamente no tronco.

Foi algo muito semelhante que o governo Temer fez ao assumir o governo depois de seu grupo arquitetar o impeachment de Dilma: decidiu extinguir o Ministério da Cultura, pois ele sabe que o brasileiro, para aceitar esse plano de dominar o “novo” Brasil, precisaria apagar qualquer tipo de cultura que vinha sendo planejada na base da crítica, da contestação e de novas visões a partir dos artistas.

Assim como pensava o governo militar no tempo da ditadura, esse grupo de Temer sabe que são os artistas que fazem as pessoas pensarem diferente, que praticam filosofia por meio de suas artes, como cinema, teatro, pinturas, esculturas ou qualquer outro tipo de manifestação artística. De quebra, quis punir os artistas que foram a público denunciar a existência de um golpe, este que acabou confirmado na gravação do senador Romero Jucá (PMDB).

A chegada desse grupo ao comando do Brasil tinha planos muito altos não apenas para livrar os comparsas da Operação Lava Jato, mas para manter os mesmos esquemas. Não se pode esquecer a ironia do senador ao falar do trabalho de combate à corrupção, durante a gravação, dizendo que estavam querendo “acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura”.

Na cabeça desse grupo que se apossou do Brasil, o momento de Lava Jato seria de sobrevivência, de garantia de futuro, freando investigações e jogando um “boi de piranha” para que eles conseguissem chegar do outro lado do rio de lama da corrupção. Nem há como negar isso, pois tudo está gravado e é de conhecimento público a partir da divulgação do áudio pelo jornal Folha de S. Paulo.

Eles quase conseguiram emplacar o plano. É por isso que a sociedade brasileira não pode continuar engolindo as enganações que vinham sendo feitas desde a tática de emplacar o impeachment. Não há outro jeito para o Brasil senão uma nova eleição, pois o País está à deriva e o grupo que está no poder já provou quais eram suas reais intenções.

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