Em nome do Pai

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A cada notícia de extremistas religiosos que matam e esfolam no Oriente Médio, o que mais se vê, nas redes sociais, são opiniões duras contra aqueles que usam a religião e a fé para cometer atrocidades em nome de Deus. Porém, estas mesmas pessoas usam de um extremismo religioso em nome de Deus para condenar aqueles que não se enquadram em sua religião.

Beirando ao fanatismo, muitos têm usado sua religião para condenar e mandar para o “fogo dos infernos” os que eles acham que não têm direito ao céu. E não são apenas leigos que se passam como procuradores de um Deus carrasco. Há pastores que também estão dando ordens ou vendendo produtos em nome de um Deus capitalista.

O pior é quando esses extremistas misturam religião e política. Mesmo criticando as ações de terroristas que matam em nome de Deus, esses religiosos de Facebook também acham que a Bíblia pode substituir as leis de nosso país, em uma imposição que foge a qualquer princípio de um Estado laico, como é o Brasil.

Recentemente, tem surgido uma opinião de que não devemos julgar os políticos, notadamente os corruptos, sob a alegação de que esse julgamento compete somente a Deus. Nessa mistura de religião e política, esses religiosos esquecem que quem está na política é para ser julgado, criticado e contestado. Vida pública significa dar satisfação à opinião pública, que tem em suas mãos o maior martelo do julgamento: o voto.

A esculhambação ficar pior quando pastores envolvidos na política partidária partem para alienação de suas ovelhas, embaralhando a mente dos seus fiéis,  como se fossem os enviados divinos que determinam, em nome de Deus, a defesa deste ou daquele partido, destes ou daqueles corruptos.

A religião tem um papel importante em uma sociedade por seus trabalhos de conduzir o cidadão para o caminho do bem, além de as igrejas terem serviços sociais exemplares em vários setores. Porém, a fé a serviço da prosperidade, adotada por algumas denominações, utiliza a aflição do povo, desassistido pelos governos, para seus negócios escusos e para alcançar o poder político (leia-se financeiro).

Aí surge o extremismo, que avança sem precedentes no Brasil. Daqui a pouco, haverá religiosos matando e esfolando em praça pública em nome desse Deus sem misericórdia que tem sido pregado nas redes sociais. Falta muito pouco, pois o linchamento dos “não eleitos” tem sido constante e o envolvimento na política partidária corrupta é de arrepiar qualquer cidadão que têm consciência política.

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