ETs e humanidade

EFE
Jessé Souza*

A Bíblia dos cristãos e os livros sagrados de outras religiões pregam que todos somos iguais perante o divino, filhos de um ser superior, humanos que devem se tratar como iguais. Mas, embora a religião seja presente em todos os países, o ser humano se divide por fé, por fronteiras, por extremismos religiosos ou mesmo etnias.

Os seremos humanos não querem ser iguais e se mostram os únicos seres da Terra que não são pacíficos, ou seja, fazem guerra para buscar a paz. Conforme mostram os filmes hollywoodianos, talvez os seres humanos se sentiriam iguais, irmãos da mesma causa e da mesma raça, se chegassem os ETs, seres superiores, querendo se apossar da Terra.

Ainda assim, talvez houvesse uns humanos traidores com mais poder tentando se aliar aos ETs para tentar oprimir os seus iguais a fim de conseguir algum privilégio entre as raças superiores de outras galáxias. Mas isso já seria história para os filmes de Hollywood de “After Day”.

Comento isso para refletir sobre a situação em que vivem os venezuelanos, que têm imigrado de seu país para escapar da opressão e da grave crise que a Venezuela enfrenta. A chegada deles a Roraima tem incomodado muitas pessoas, fazendo aflorar a xenofobia ou mesmo o preconceito contra um povo que chega oprimido, entre eles índios venezuelanos que não dominam o espanhol e muitos menos o português brasileiro.

Nas redes sociais, surgiram inclusive comentários de que nós, boa-vistenses, devêssemos “dar o troco” pelo que os brasileiros enfrentaram quando iam fazer compras ou mesmo passear na Venezuela. Sabemos que os guardas venezuelanos agiam na base da propinagem e da ignorância, e que o comércio de lá também não fazia questão de sorrir para os brasileiros em compras.

Porém, não é isso que se espera de cidadãos brasileiros, cientes de que existe uma questão humanitária acima de tudo. Nem todos os brasileiros são corruptos como os políticos se mostram, por exemplo. Assim também como nem todos os venezuelanos são propineiros e tratam mal os brasileiros.

A questão humanitária nos remete a que o próprio nome diz: precisamos ser humanos, nos sentirmos humanos que estão de passagem por esta Terra e que possuímos as mesmas fragilidades, os mesmos defeitos, os mesmos problemas e os mesmos desafios com governos corruptos.

Será preciso que ocorra uma invasão de ETs querendo exterminar seres humanos para que as pessoas se sintam uma irmandade mundial, sem fronteiras, livres de credo, de etnias? Porque, até aqui, nem mesmo as religiões têm conseguido fazer as pessoas entenderem que não existe nacionalidade quando se fala em acolher, respeitar e ajudar quem precisa. E é isso o que está acontecendo especialmente com os venezuelanos.

Precisamos de humanidade. Apenas isso.

P,S.: Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista 

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