As mulheres I

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As primeiras semanas do mês foram de polêmicas a respeito de políticos locais sendo acusados de violência contra a mulher, um assunto que não é nenhuma novidade e que não costuma ganhar espaços na mídia na mesma proporção dos inúmeros casos diários registrados nas delegacias de polícia.

Para piorar o quadro, tem surgido uma movimentação no Congresso Nacional a fim de aprovar um projeto que visa mexer na Lei Maria da Penha para abrandar a legislação, a qual foi um marco, no Brasil, em relação ao combate à violência doméstica. Isso mostra como estamos longe de extirpar este grande mal de nossa sociedade.

Essa luta, muitas vezes ingrata para as mulheres, precisa ser constante e com monitoramento incansável, pois a História mostra que a violência e o preconceito contra o sexo feminino vêm desde os primórdios. A própria História da Filosofia revela que as mulheres eram tratadas de forma inferior e preconceituosa, o que gera reflexo até os dias atuais.

O passado precisa ser lembrado sempre para que a sociedade não deixe de lutar contra isso. As mulheres, na Grécia antiga, por exemplo, recebiam os mesmos tratamentos de escravos e não tinham direitos civis nem podiam participar da política.

As mulheres eram tratadas como objetos e, por isso mesmo, deveriam ser controladas pelos homens de uma forma geral, maridos, pais e senhores. Não havia como elas escaparem desse destino desde o berço, o que era reforçado dentro de casa onde o pai era absoluto.

Naquela época já era preocupação dos filósofos essa realidade, a exemplo do grego Platão no livro “A República”, que idealizava uma sociedade perfeita com homens e mulheres possuidores de direitos iguais. Mas isso era exceção, uma utopia para aquele período.

Aristóteles, por exemplo, discípulo de Platão, não seguiu o pensamento de seu grande mestre e pensava da mesma forma que os demais homens da Grécia. Ele achava que a virtude da mulher era o silêncio. Para Aristóteles, os homens deveriam determinar a vida das mulheres.

Não pense que a Modernidade fez mudar a cabeça dos filósofos. Immanuel Kant tratava as mulheres como predestinadas a atividades domésticas, ainda sem qualquer direito à participação na vida pública, como pensavam filósofos da Grécia antiga.

Como podemos ver, o sexo feminino ainda enfrenta atualmente os mesmos desafios em todos os setores, inclusive no meio político, onde quem deveria dar exemplo à sociedade acaba agindo como algoz do sexo feminino. Assim como no passado, esses homens acham que sua predestinação é ser superior e muitas vezes dono das mulheres.

P.S.: Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista 

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