Custo e piano


Quanto custa um senador da República? Não é muito difícil saber o valor de um parlamentar diante das informações disponibilizadas na internet publicamente nos dias atuais, principalmente em sites que prezam pela transparência pública.

No Senado, o salário base mensal custa cerca de R$34 mil, isso sem as vantagens como auxílio moradia, plano de saúde para familiares e reembolso de despesas médicas, cota parlamentar, despesa com telefone e divulgação, passagens para cinco trechos por mês, além de cargos de confiança em Brasília e em seu Estado de origem.

Somando tudo, cada senador custa R$160 mil mensais e R$ 2 milhões anuais. O valor aumenta mais ainda se forem incluídos, nessas cifras, os valores das propinas que eles pedem das empreiteiras que têm contrato com estatais brasileiras, conforme vem apontado a Operação Lava Jato. É o “custo corrupção”.

Deve ser incluso também neste bolo o “toma lá dá cá”. Neste sentido, são amplas as possibilidades que um parlamentar tem para aumentar seu custo para os cofres públicos, seja de forma legal, por meio de salário mensal e as vantagens, como também por meio da ilegalidade.

Mais recentemente, soubemos o valor de um senador que trocou de lado na arrancada final do impeachment da então presidente Dilma (PT). Ele traiu por troca de cargos no governo do PMDB, algo que esse sistema republicano permite, mas que não deixa de ser imoral e que soma ao custo de um parlamentar para os cofres públicos, pois geralmente essas contratações avançam sobre parentes de toda ordem e os agregados políticos. É o “efeito pianinho”.

Então, esse é o quadro que o cidadão contribuinte banca não somente no Senado. Existem ainda a Câmara Federal, as câmaras municipais de cada cidade e as Assembleias Legislativas dos estados. É um custo muito alto, por isso requer responsabilidade do eleitor na hora de votar, uma vez que esses políticos podem custar muito mais aos cofres públicos, isso sem contar o custo moral por nossas escolhas.

A cada golpe e afronta aos nossos votos é preciso aprender. Estamos perto de ir novamente às urnas para escolhermos nossos representantes nas câmaras municipais e prefeituras. Então, é preciso levar em conta o custo que teremos de bancar pelos próximos quatro anos. Aqueles envolvidos em corrupção e no “toma lá dá cá” oneram ainda mais os cofres públicos.

É por isso que temos de prezar não apenas pela ficha limpa dos candidatos, mas também pelo seu caráter íntegro, uma vez que quem não honra seus votos e seus posicionamentos políticos pode facilmente ser corrompido, representando um custo maior para os impostos que pagamos.

P.S.: Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista

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