Na reta final



Estamos nos encaminhando para o grande dia de o eleitor escolher os vereadores e prefeitos de sua cidade. Será neste próximo domingo. Porém, a campanha eleitoral mostrou-se pouco eficiente em relação a mostrar a realidade de Boa Vista, pois muitos problemas enfrentados pelos cidadãos não aparecem no Horário Eleitoral Gratuito, muito menos nos programas de governo dos candidatos.

Isso ocorre porque as campanhas eleitorais são feitas a partir da ausência de realidade porque, no Brasil, habituou-se a acreditar que o eleitor é movido pela novela, pelo telejornal ou pelo debate na TV entre os candidatos às vésperas do dia da votação. E isso vem desde o tempo da eleição de Fernando Collor de Mello, o qual foi criado por uma mentira midiática.

Quem não for “fisgado” pelas artimanhas da mídia acaba entrando em outra estratégia eleitoral: a da compra de voto por vários meios, seja favores de todos os tipos, oferecimento de cargos comissionados para membros de famílias numerosas, passagens áreas, pagamento de contas e até mesmo tratamento médicos (já houve candidato se elegendo fazendo laqueaduras ou praticando abortos).

Se tudo isso falhar, o esquema eleitoral inclui o último estágio: o da compra de votos aberta, no dinheiro vivo, por meio das chamadas bocas de urna, quando o “homem da maleta” aparece, geralmente na noite anterior à votação, para fazer o pagamento dos “coordenadores de boca”, ou seja, aqueles que arregimentam pessoas para formar grupos que vão vender seu voto.

Os políticos chamados de profissionais têm um cálculo matemático para saber as reais chances que eles têm de serem eleitos e saberem quanto devem investir nessas compras de votos. A única certeza que eles têm é a de que os eleitores chamados de conscientes não chegam nem a 10% do total de votos que eles terão que conquistar com propostas.

As mudanças na legislação eleitoral ainda não foram suficientes para inibir a compra de votos, embora já tenham possibilitado acabar com o descaramento que existia por aqui, em que as pessoas faziam a vigília na frente de casa, durante toda a noite e madrugada antes da votação, esperando os candidatos ou os cabos eleitorais aparecerem para comprar o voto. 

Diante desta realidade, é possível perceber que a faxina moral e ética que o Brasil tanto precisa tem que passar pelo cidadão. Não podemos esperar muita coisa de eleitores venais, que votam na base da troca de favores ou da compra direta. Daí a importância da educação na vida de um povo. Demanda tempo, principalmente em um país com apenas 500 anos de existência. 

Então, a esperança repousa naqueles que acreditam na mudança. Os conscientes na hora de votar são poucos, mas eles representam a reserva moral de uma Nação.  Ninguém pode desistir e achar que está tudo perdido. Haverá sempre uma saída quando há famílias investindo na educação de seus filhos. 

P.S.: Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista 

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