A ilha que mete medo


Enquanto muita gente que nunca leu sobre Cuba e nunca foi lá (nem nunca irá) usava as redes sociais para atacar de forma chula e burra o papel do líder cubano, a Globo mostrava toda sua competência em sua cobertura sóbria a respeito da morte de Fidel Castro, no domingo, no Fantástico. 

Que existam cubanos comemorando a morte de Fidel. Que existam exilados cheios de rancor por tudo que viveram. Mas é incompreensível gente que nem sabe apontar no mapa onde fica Cuba, nem conhece como se deu o curso da História, fique em xingamentos como se tivesse sido atingido diretamente pela revolução cubana, como se sua vida tivesse sido afetada de alguma forma pelos charutos de Fidel. 

Para quem não conhece a história de Cuba, a cobertura da Globo possibilitou mostrar que Fidel deixou um legado muito forte para o mundo, um homem que ousou desafiar a maior potência do mundo, os Estados Unidos da América (EUA), a partir de uma ilha caribenha sem qualquer importância no contexto mundial. Desafiou e resistiu até o fim. 

É verdade que restaram mazelas para o povo cubano, mas há de ser lembrado que o mundo conhece Cuba por sua medicina e por sua educação de qualidade, além da verdadeira reforma agrária que jamais existirá em nenhum outro canto do mundo. Lá talvez seja o único lugar do planeta onde as máfias de drogas e de armas jamais se estabeleceram. Também não há famílias morando na rua ou debaixo de viaduto. 

Porém, nem todos querem somente o essencial. Haverá sempre gente querendo algo mais que apenas o capitalismo será capaz de proporcionar, enquanto outros cantam que queriam apenas “uma casinha de sapê”. Então é compreensível que alguém vivendo numa ilha que mal aparece no mapa queira “o mundo lá fora”.

Mas foi essa ilha geograficamente pequena que se fez grande e importante no contexto mundial, que meteu medo na maior potência mundial e, por mais absurdo que possa parecer, até hoje mete medo na cabeça de gente de mente tapada, que não preza pelos conhecimentos históricos nem conhece minimante as engrenagens que movem o mundo. 

O Brasil está cheio de gente afetada por essa doença cada vez mais perigosa, que é a cegueira mental, esta capaz de possibilitar que se defenda um país, como os EUA, que matam milhares ou milhões de gente pelo mundo afora com suas guerras e massacres econômicos, mas acha que o grande mal do mundo é Cuba de Fidel, com sua vida simplória que exporta tão somente medicina e educação para o mundo. 

P.S.: Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista 

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