Adeus aos pobres


O que o governo Temer (PMDB) quer fazer com o Brasil, por meio da PEC 241/55, é o seguinte: “Pobres deste país, não esperem nada do governo pelos próximos 20 anos. Agora vocês vão comer o pão que o diabo amassou”. Essa matilha que se apossou do poder quer exterminar tudo aquilo que beneficiou os mais pobres, em todos os setores, como se fosse uma vingança por ter apoiado e se beneficiado pelo governo de esquerda. 

Mas, não bastassem as tramas para suprimir direitos dos mais pobres conquistados ao longo dos anos, sob muita luta e sofrimento, existe um movimento paralelo para tentar calar quem critica a sanha corrupta desse governo e a instalação de uma plutocracia no Brasil.

A tática é simples: agride-se impiedosamente quem critica, mas tentando fazer a opinião pública acreditar que se trata de “debate”, “divergência”, “ponto de vista” ou “contraditório”. Quando há um revide, depois afirmam que os críticos (eles chamam de “comunistas”) não sabem debater, que são “radicais”, que o mundo está desabando por causa da falta de diálogo.

Dialogar e debater não significa atacar. Discordar não quer dizer ofender. Nem ser contundente significa tripudiar com o interlocutor. Esse movimento que se apossou do Brasil quer transformar o direito de contestar em “direito de atacar” a qualquer custo. Querem que os que têm um posicionamento crítico saiam da linha, por não aceitarem ser tripudiados, para depois serem chamados de “loucos” e “radicais”.

Os mais jovens, sem leitura de mundo e inexperientes na vida, acabam achando que realmente ser crítico é algo digno de ir para o inferno ou uma alma que vaga em um pântano nojento, e que o correto é “ficar em cima do muro” ou acompanhar a boiada. Ficar em cima do muro significa fechar os olhos para os problemas que o Brasil vem enfrentando e acreditar que os “comunistas” realmente querem devorar criancinhas e entregar tudo para os russos.

Não há debate nem diálogo quando o interlocutor diverge agredindo. Debater é mostrar seu ponto de vista contrapondo, mas nunca tripudiando. É justamente isso que os defensores da extrema direita querem fazer do Brasil: que os mais jovens achem que ser crítico e contestador é algo abominável e ridículo.

É preciso que as pessoas estejam atentas a estes riscos que surgem disfarçados a fim de enganar os menos desavisados, os desprivilegiados intelectualmente, os inexperientes e os sem noção política. Querem nos empurrar de goela abaixo um Brasil em que pobre terá que se conformar em sofrer por duas décadas sem direito a nada. De quebra, querem matar o senso crítico.

P.S.: Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista

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