Da cegueira ao golpe


Tudo o que estamos passando, em Roraima, é a soma de todos os erros que vêm sendo cometidos na política, os quais acabaram sendo abonados pelo eleitor roraimense, muitas vezes votando por interesses, outras acreditando nas mentiras dos políticos, deixando-se enganar pelos sofismas bem elaborados ou mesmo entrando numa paixão política cega por grupos ou lideranças.

Tirando a compra de votos, a enganação dos políticos levou muita gente a acreditar em lideranças ou em grupos, criando uma espécie de messianismo do lavrado, com as pessoas perdendo a capacidade de questionar as mentiras que pareciam muito óbvias, mas não para quem se deixa levar pelos discursos inflamados. 

A exemplo, já caímos no “golpe do asfaltamento da estrada”. Os políticos viviam dizendo que iríamos alcançar o desenvolvimento quando as rodovias que nos ligam ao Brasil e aos países vizinhos estivessem asfaltadas. Montanhas de recursos federais chegaram, as rodovias estão asfaltadas e mais dinheiro chega para a manutenção, mas continuamos o mesmo Estado falido.

Também caímos no “golpe da energia de Guri”. Diziam que seria a peça que faltava para o nosso desenvolvimento, que iríamos pagar energia mais baratas, que as indústrias chegariam tal qual garimpeiros em busca da “febre do ouro”. A única indústria que se desenvolveu até agora foi a da corrupção. E hoje ainda buscamos uma alternativa energética, já que sequer temos uma matriz.

O povo também chegou a se alienar completamente quando foi aplicado o “golpe da internacionalização”, o grande Apocalipse que iria começar por Roraima. Mesmo havendo um alerta que isso seria uma das maiores enganações, a mais lunática de todas, até hoje tem gente que se assusta com as lorotas de invasões, conspirações e abduções por seres extraordinários.

Esse discurso de “invasões internacionais” e “internacionalização da Amazônia” foi criado somente para desviar a atenção do povo para a trama que estava sendo montada a fim de assaltar os cofres públicos, grilar as terras produtivas do Estado, lotear o Estado e montar os maiores esquemas de sumidouro de verbas públicas federais da história.
A partir dessa alienação sem precedentes, outros muitos golpes surgiram porque o povo passou a ficar cego para a lábia dos políticos, como o golpe da soja, o da cana de açúcar, o da acácia, o das indústrias japonesas, chinesas, coreanas e reptilianas (joga no Google). 

Foram tantos golpes, tantos saques aos cofres públicos, tanta compra de voto e muita mentira que chegamos ao fundo do poço. Se há alguma inocência no povo é o fato de tantas mentiras terem sido elaborada por discursos bem aplicados. Mas o povo foi conivente também a partir de quando passou a vender seu voto a cada feira-livre eleitoral. Então, já passou da hora de fazer uma reflexão.

P.S.: Artigo publicado originalmente na Folha de Boa Vista

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