Cacaranã, o lago cantado em versos

                                                                                  Foto: Jorge Macêdo

O Lago do Caracaranã fica a cerca de 170Km de Boa Vista, duas horas de carro




Cantado e declamado nos versos dos artistas regionais, o lago do Caracaranã é um dos pontos turísticos mais apreciados de Roraima. Localizado a 170km da Capital, fica no Município de Normandia, a Nordeste do Estado, na fronteira com a Guiana. São quase duas horas de viagem de carro.

O lago está dentro dos limites da Terra Indígena Raposa Serra do Sol e por três décadas fez parte da polêmica luta dos povos indígenas pela reconquista de seus territórios tradicionalmente ocupados por seus ancestrais. E hoje é administrado por lideranças do Conselho Indígena de Roraima ( CIR), a maior e mais respeitada entidade indígena do País.

Morar em Roraima e não ter ido ao menos uma vez ao Caracaranã é quase uma blasfêmia ao regionalismo. E vale a pena mesmo - sem qualquer intenção de apelar para o discurso regionalista. O turista que lá for vai se surpreender com areia branca e fina que facilmente remete à imagem de uma praia de mar caribenha.

                                                                  Foto: Jessé Souza



A areia fina e água em tom esverdeado encantam o visitante

A água cristalina em tom esverdeado vive encrespada por causa do forte vento que sopra vindo das serras do planalto das Guianas, que emolduram o visual do lago até mesmo à noite. Aqui chamamos de banzeiro, uma espécie de marolinha de água doce.

Como os índios ainda estão aprendendo a lidar com a exploração comercial do turismo, o visitante não pode esperar muita coisa em relação à estrutura. Existem três chalés que não dispõem de qualquer conforto. É preciso levar rede ou um colchão para dormir. A diária custa R$40,00. 

Também há cerca de 10 apartamentos que dispõem de energia e banheiros, mas também não tem cama. Quem preferir tem a opção de pagar apenas R$5,00 a entrada por pessoa e pode atar sua rede em um dos vários malocões que existem no local. Ou acampar sob os inúmeros cajueiros que circundam o lago e que ajudam a compor o visual ímpar do Caracaranã (Mas cuidado para não atar a rede em um cajueiro ressecado pela ação do tempo ou tomado por cupins).

                                                           Foto: Jessé Souza




O lago é carcado por cajueiros, que ajudam a compor o cenário

Não é demais lembrar: leve sua comida, porque não há restaurante, e a povoação urbana mais perto, a sede de Normandia, fica a cerca de 20 minutos de carro por uma estrada de piçarra.

Mas, para quem gosta de um lazer rústico e quiser levar comida pronta ou preparar nas churrasqueiras improvisadas à sombra dos cajueiros, então é só relaxar e curtir a água sempre gelada e um visual típico dos lavrados roraimenses.


É preciso muito cuidado com a estrada!

                                                  Foto: Jessé Souza

Cabeceira da ponte sobre o Tacutu está interditada em meia pista

O ruim de ir ao lago do Caracaranã é a situação crítica da estrada, a BR-401, a mesma que dá acesso à Guiana. Até a entrada para Normandia, no Km 100, a rodovia está asfaltada e em boas condições de tráfego. Mas, depois deste trecho, pegando a rotatória à esquerda, chega-se a uma estrada de piçarra cheia de buracos.

É preciso muito cuidado para evitar acidentes ou não danificar o veículo ou estourar pneus, pois pedir socorro ali é uma missão difícil, uma vez que não há sinal de celular nem qualquer estrutura. Atualmente, percorrer este trecho é quase como praticar um rally.

A realidade da rodovia trata-se de um dos mais vergonhosos descasos do poder público. A ponte sobre o rio Tacutu, por exemplo, está com o aterro desmoronando desde que um inverno rigoroso provocou uma erosão em uma das cabeceiras, em 2010. 

                                                  Foto: Jessé Souza



É preciso muito cuidado na ponte para evitar acidentes

A entrada da ponte de cimento está em meia pista. A enorme cratera que pode aumentar a qualquer chuva mais forte está sinalizada com uma precária placa de madeira e um monte de barro. É preciso atenção porque o fluxo de veículo é constante e muitos não reduzem a velocidade.

O tráfego segue ruim até a entrada para o lago, a cerca de 170 Km marcados a partir da saída de Boa Vista, contando do posto fiscal na ponte dos Macuxi. Dali, são mais cerca de 7Km até chegar ao lago.



NOTA AO LEITOR

É importante o visitante consultar o Conselho Indígena de Roraima (CIR) antes de ir para o Caracaranã, pois a estrutura do lago é usada para reuniões com lideranças indígenas e outros eventos de parceiros daquela entidade. Neste caso, se tiver alguma programação no local, haverá sérias restrinções: ou a entrada ficará proibida ou os visitantes terão que se enquadrar em rígidas normas.


Comentários

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  2. Anônimo11:18 AM

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  3. Anônimo11:33 AM

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